No dia 16 de novembro de 2024, foi ao ar a participação do Mundobrel no programa “Libras Sinais de Vida”, transmitido semanalmente pelo canal 126 da EmbratelCanal 85 da SKY Livre e pelo YouTube da Igreja Cristã Maranata. O programa aborda temas relevantes relacionados ao universo da surdez.
O programa de número 14 teve como tema ‘Materiais Adaptados de Libras’. Eu, Gabriel Medeiros, participei de uma roda de conversa com a apresentadora Priscila Lopes e os convidados Sabrina Furtado, Claudete Abelo e o surdocego Alison Felipe.
Durante nosso bate-papo, compartilhei um pouco sobre minha trajetória profissional e a motivação que me levou a criar livros e materiais voltados para a comunidade surda. Discutimos a importância de recursos táteis e visuais no ensino e aprendizagem dessa comunidade, além de refletirmos sobre como podemos, de maneira empática, nos unir para servir ao próximo, oferecendo apoio com carinho.
O programa está disponibilizado na íntegra no youtube:
Muito obrigado por estar aqui! 🫂 Siga o Mundobrel para ler os próximos capítulos da minha história.
Eu, Gabriel Medeiros, e Eliete Bertolo concluímos mais um estágio obrigatório. Continuamos trabalhando com a proposta de coautoria entre escritor e alunos como metodologia de ensino da Libras e do Português. Desta vez, nosso foco foi nos alunos surdos do Atendimento Educacional Especializado (AEE).
O estágio foi realizado sob a supervisão da professora Waléria das Neves, no CEEFMTI Pastor Oliveira de Araújo.
A primeira parte dessa história foi escrita por mim e pelos alunos ouvintes e surdos da UMEF Professora Nice de Paula Agostini Sobrinho. Você pode acessar a primeira parte da história clicando aqui: [ONDE ESTÁ O MOQUECA?]
A segunda parte, intitulada “Onde Está o Moqueca? Volume 2”, é independente da primeira. Trata-se de uma continuação autônoma, permitindo que ambas sejam lidas e trabalhadas separadamente em sala de aula, embora sigam uma linha cronológica.
Nessa nova história, os jovens Jorginho e Ana Bela, ao seguirem o beija-flor — símbolo do estado do Espírito Santo dentro do universo Mundobrel —, entram no “Livro do ES” e acabam na capital do estado, Vitória. Desta vez, além de procurarem o Moqueca, eles também precisam encontrar um ao outro na capital. Ao entrarem no livro, cada personagem cai em um bairro diferente.
Essa parte da história nos possibilitou trabalhar os sinais em Libras dos bairros da capital. Foi produzido um vídeo em que a estudante surda Kamilly sinalizou os bairros. Além de enriquecer o vocabulário dos alunos do AEE, o vídeo está disponível para que os demais alunos da escola aprendam com Kamilly os sinais correspondentes à capital do estado onde vivem.
Em bairros diferentes, os personagens ganharam vida através das mentes e mãos dos alunos surdos, que usaram essa parte da história para ilustrar como agiriam na mesma situação dos personagens, considerando suas experiências como pessoas surdas.
Mesmo distantes um do outro, Jorginho e Ana Bela têm ideias semelhantes: procurar um ao outro nas praias da capital, rica em belezas naturais. Esse foi também um pretexto utilizado na história para trabalhar o vocabulário relacionado às praias.
Seguindo a trama, ao não se encontrarem nas praias, ambos pensam novamente de maneira parecida: procurar um ao outro no lugar favorito do Moqueca, a Pedra da Cebola.
Todo esse percurso e as ações dos personagens foram criados pelos alunos em sala de aula. Dessa forma, pudemos trabalhar, de maneira contextualizada, vocabulários, aspectos pertinentes à gramática da Libras e elementos da literatura surda.
Por fim, todos os personagens se encontram na Pedra da Cebola, onde, por meio do “Livro de Mundobrel”, que pertence ao Rei Pavão, conseguem retornar ao universo Mundobrel. Isso permite que outros alunos deem continuidade à história, agora usando o planeta Mundobrel como cenário para a aprendizagem do português e da Libras.
Assista agora a um dos vídeos produzidos por nós, onde o aluno Marllons compartilha sua criação e criatividade em um vídeo sinalizado, com dublagem e legendas.
Muito obrigado por estar aqui! 🫂 Siga o Mundobrel para acompanhar os novos capítulos dessa história.
No último dia 10/10/2024, tive a oportunidade de participar da terceira edição da @festa.literalta – Festa Literária de Vargem Alta, um projeto que visa promover a cultura em Vargem Alta (ES) e região. Com a literatura como ponto central, o evento estabelece um diálogo com diversas expressões artísticas, como audiovisual, cultura popular, artes plásticas, música, entre outras. A Literalta valoriza os talentos locais da literatura, da narrativa oral e de outras formas de arte.
Participei de uma roda de conversa sobre “Literatura e Poéticas Acessíveis” ao lado do artista cego Antônio Fadini. O bate-papo, mediado por @fabi_sartorio , pedagoga do Setor de Educação Especial Inclusiva da Secretaria de Educação de Vargem Alta, também trouxe reflexões importantes sobre a alfabetização de crianças surdas e cegas.
O evento, organizado por @eu.vi.torugo , movimentou a cultura local e contou com tradutores e intérpretes para receber o público surdo ao longo de toda a programação.
Eu (Gabriel Medeiros) e minha amiga de pesquisa, Eliete Bertolo, tivemos a alegria de concluir nosso trabalho de pesquisa na UMEF Professora Nice de Paula Agostini Sobrinho neste primeiro semestre de 2024. Para nós, é muito gratificante estagiar nessa escola, pois ela é referência na área da surdez no município de Vila Velha, Espírito Santo. O estágio ocorreu dentro da disciplina de Libras da professora Alhandra Lanças.
Nosso objetivo nessa pesquisa foi observar a proposta da literatura em língua de sinais como estratégia de ensino da Libras como segunda língua (L2) para alunos ouvintes. A história tem aberturas para que os alunos insiram suas ideias e desenvolvam a criatividade, tornando a aula mais participativa. Dessa forma, eles podem acrescentar novos elementos, possibilitando a aprendizagem de outros vocabulários não incluídos no material, de forma contextualizada, abrindo assim maiores possibilidades na aquisição da Libras como segunda língua. O material contém sinais referentes a dias da semana, esportes, profissões, entre outros. Também aborda aspectos pertinentes à literatura surda, como a intenção de construir visualmente cenários, o uso de classificadores e o vernáculo visual. O material educacional “Onde Está o Moqueca?” foi organizado como um livreto para proporcionar uma imersão maior dos alunos no processo de construção de um livro.
Vimos que há diversos elementos que fazem parte da categorização da literatura surda. É assim em qualquer tipo de literatura. Algumas definições de tipos de literatura falam do material produzido durante um determinado período (por exemplo: “literatura do século XIX”), outras destacam literatura destinada a um grupo em particular (como a “literatura infantil”) ou produzida por autores de um país ou de um grupo particular (“literatura francesa” ou “literatura negra”). Um conjunto de literatura pode ser aquilo que foi produzido sobre um determinado tópico (“literatura de viagens” ou “literatura policial”) e outra divisão possível é literatura escrita ou literatura oral. Atualmente, a palavra “literatura” passou a incluir mais do que a palavra escrita e pode significar uma forma especial de se trabalhar criativamente com a língua em qualquer modalidade. Existem outras categorias, mas essas servem para mostrar que podemos ver a literatura surda a partir de diversas perspectivas. Como categorizar o livro O Quinze, de Rachel de Queiroz? É literatura brasileira (pensando no país de origem da autora, no contexto da história e na nacionalidade dos leitores esperados)? É um romance (por seu gênero literário)? É literatura escrita em português (acessível por leitores em Portugal, Angola ou Moçambique além do Brasil, por exemplo)? É literatura feminina (por ser escrita por uma mulher e pelo fato de o assunto ter características mais direcionadas às leitoras femininas)? É literatura modernista, do século XX (o livro foi escrito em 1930)?
SUTTON-SPENCE 2021, p. 43 – 44
Pela perspectiva de Sutton-Spence, podemos considerar que o vídeo-livro produzido em sala de aula pode ser considerado literatura brasileira (levando em conta o país de origem dos estudantes)? É literatura infanto-juvenil (pois em sua trama mostram as aventuras de dois personagens adolescentes)? É uma fantasia (pois na história os personagens usam livros como portais para conhecer novos mundos)? É literatura surda (pela perspectiva de terem sido criados em Libras para o público surdo)?
Não visualizamos a cultura surda como algo localizado, fechado, demarcado. Ao contrário, como algo híbrido, fronteiriço. Visualizamos no sentido que Heidegger colocar o um pequenininho do lado do nome dele imprimiu aos locais da cultura quando considera que “Uma fronteira não é o ponto onde algo termina, mas, como os gregos reconheceram, a fronteira é o ponto a partir do qual algo começa a se fazer presente. ”
KARNOPP 2008, p. 4
Sendo assim, definimos a literatura dessa pesquisa produzida em sala de aula para fins de aprendizado da Libras como L2 para ouvintes de forma contextualizada como Literatura Surda Produzida por Ouvintes para que se preserve as raízes culturais da literatura surda convencional.
Diante dos estudos feitos até aqui notamos que quando se fala sobre Literatura Surda se tem a expectativa de que o texto aborde temas como a luta dos surdos para serem inseridos no mundo que é constituído em sua maioria por pessoas ouvintes. Mesmo que sejam representados por personagens em livros infantis eles trazem as dores da comunidade surda, representados em suas histórias.
Apesar da personagem Ana Bela da história “Onde Está o Moqueca?” ser uma personagem surda – podemos identificar em suas ilustrações contidas no material que ela possuiu um implante na lateral da cabeça – a literatura produzida em sala de aula tem a intensão de não considerar a surdez como algo que traz diferença entre os personagens. Visto que a história se passa no Mundobrel, um planeta existente no universo literário onde seus habitantes não possuem barreiras de comunicação, fazendo com que não haja necessidade da abordagem sobre fatores linguísticos.
A proposta sobre trabalhar em três aulas a escrita de uma história conjunta foi recebida com empolgação pelos alunos. Todos os alunos de 6º aos 9º anos participaram das aulas fazendo uso do mesmo material de base “Onde Está o Moqueca?”. Puderam para além dos temas planejados aprender mais sobre aspectos da cultura surda como, também a importância do uso de classificadores e do visual vernacular na contação de histórias.
De forma voluntária eles se dispunham a demonstrar suas interpretações de texto na frente da sala de aula. Então após a leitura da frase do livro incorporavam a personagem Ana Bela para demonstrar como a mesma surfava, praticava basquete entre outras atividades esportivas. Nesta mesma primeira aula, em um espaço separado no material para a escrita do português, seguindo o modelo estrutural de frase dadas como exemplos envolvendo a personagem Ana Bela, criaram a agenda semanal do personagem Jorginho.
Na segunda aula aplicada nas salas de aula os alunos revisaram a primeira parte da história que havia sido trabalhada na primeira aula e puderam trabalhar a tradução das frases criadas por eles condizentes ao personagem Jorginho. A proposta do material é que com o fechamento das dinâmicas o texto final varie mostrando em seu início o funcionamento da semana dos dois personagens; A semana da Ana Bela, criada pelo @mundobrel e a semana do Jorginho criada pelos alunos. Assim concluindo um texto de coautoria.
A terceira aula serviu para que os alunos, pudessem trabalhar noções espaciais e aprendessem os sinais referentes a profissões. Para isso, no material utilizado “Onde Está o Moqueca” foi disponibilizado um mapa de uma floresta. Este mapa induz que o aluno percorra o cenário com os dois personagens criando diálogos com pessoas caracterizadas de suas profissões; bombeiro, pescador, veterinário e fotógrafo. Neste mapa há uma escalada a ser feita onde o aluno pode escolher fazê-la por meio de um cipó preso a uma árvore no topo de um barranco ou subir utilizando pedras fincadas no mesmo. Após isso o aluno precisa decidir como atravessara um rio; pulando sobre objetos que flutuam ou a nado. O mapa é rico em detalhes possibilitando a criação de novas narrativas. Este recurso foi escolhido para que os alunos praticassem a contação de histórias montando cenários e fazendo bom uso do espaço ao seu redor para suas construções.
Os caminhos do mapa levam até o personagem Moqueca, um beija-flor que simboliza o estado do Espírito Santo. A procura se dá na história porque após percorrerem toda a semana com suas atividades individuais Jorginho e Ana Bela se encontram no final de semana para uma viagem por meio de um livro com destino ao estado do Espírito Santo. Porém, ao chegarem no Pé de Livros, que serve como biblioteca, da professora Helena, eles ficam surpresos com a descoberta que o Moqueca, havia saído de dentro do livro do Espírito Santo e o levado junto em seu passeio pelo Mundobrel. A história termina com um final aberto para que os alunos possam a partir desse ponto criar novas histórias usando como enredo a visita dos personagens ao estado do Espírito Santo. A escolha deste tema se deu para que os alunos, que moram nesse estado, pudessem perceber a literatura surda como algo próximo a eles, familiar. A partir daí pudessem continuar com o enredo e até mesmo criarem personagens surdos moradores do estado do Espírito Santo. Ajudando assim a difundir e Literatura Surda no Espírito Santo.
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O encerramento das aulas ocorreu com a gravação de um vídeo-livro, cujo link foi disponibilizado no YouTube para que os alunos pudessem ter acesso ao resultado de sua obra. Alguns trechos da história criados em sala de aula pelos alunos foram selecionados para que, com a história concluída, pudesse haver a interpretação em Libras feita por três alunos ouvintes, registrada em vídeo.
Agradeço imensamente ao diretor André Camargo por ter permitido que este projeto fosse realizado na UMEF Professora Nice de Paula Agostini Sobrinho como também a toda a equipe de Libras da escola. Agradeço em especial a professora Alhandra Lanças e a professora Nathalia Castro por terem nos dado todo o suporte necessário para a conclusão deste estágio. Por fim, minha amiga Wanessa Raylla que foi responsável pela revisão de todo o material. 🤟🏼
O personagem Jorginho esteve presente por meio da literatura bilíngue em todas as salas de aula do turno matutino da UMEF Professora Nice de Paula Agostini Sobrinho (6°-9° ano). A professora da disciplina de Libras, Alhandra Lanças, trabalhou o vocabulário relacionado a expressividade artística usando o quarto volume da coleção Jorginho Pelo Brasil. O livro tem como proposta que o professor desenvolva as diversas maneiras de se expressar por meio da arte, de forma que ao finalizar a leitura os alunos sejam incentivados a criar trabalhos artísticos utilizando uns aos outros como meio de inspiração. Despertando um olhar sensível para o outro e para tudo que nos cerca em nosso cotidiano.
Foi abordada em sala a explicação do conceito de literatura bilíngue, enfatizando a presença de duas línguas diferentes em um mesmo livro; Os alunos tiveram contato com o livro de literatura bilíngue, destacando as diferentes línguas e sistemas de escrita utilizados e compreenderam a importância de explorar diferentes línguas e culturas através da leitura.
Após explorarem bastante os recursos do livro os alunos tiveram contato com o próprio autor do livro e puderam trocar experiências entre si.
Os alunos surdos fizeram a leitura do livro em sua L1 – Libras para algumas turmas e contaram com a presença de uma professora surda, Amanda Freitas. A presença da Amanda tornou o momento de contação da história ainda mais especial, ressaltando a literatura bilíngue e dando lugar de destaque à Língua Brasileira de Sinais gerando nos alunos ouvintes a curiosidade, interesse e aprendizado de sinais básicos da Libras. Foi um momento rico em troca de experiências entre as culturas surda e ouvinte.
Durante a leitura foi aplicada uma dinâmica em que cada página era lida duas vezes. Na primeira leitura realizada pelos surdos os alunos ouvintes tentavam descobrir o nome no português dos sinais dentro daquele contexto por meio de suas percepções sobre sinais icônicos, expressões faciais e corporais (alguns dos parâmetros que regem a Libras). Para a fixação do vocabulário contextualizado os alunos faziam junto com os surdos novamente a leitura da página. Os alunos também puderam trabalhar noções de tradução interagindo com a professora Alhandra Lanças escolhendo juntos possíveis frases na estrutura do português que traduzissem a leitura em Libras dos surdos.
As turmas do matutino já haviam sido inseridas ao universo do Mundobrel por meio de dinâmicas aplicadas pela professora Alhandra Lanças que se utilizou do material didático de apoio dessa coleção. O Jogo dos Estados e o Tapete de Histórias (Mapa do Brasil) da coleção de livros Jorginho Pelo Brasil foram utilizados em uma dinâmica onde foi sorteada uma peça (almofadinha) do jogo para cada aluno da sala. Na dinâmica cada aluno executou o sinal referente a um estado brasileiro a fim de que a sala descobrisse seu nome em português. Após isso, os alunos procuravam nas regiões do Brasil onde esse estado se localiza no mapa exposto na frente da sala.
as dinâmicas de aprendizagem, consideradas como um instrumento educacional facilitador da aprendizagem, aparecem como opção lúdica para dinamizar a relação ensino/aprendizagem. Através do seu uso, efetivamente pode-se aplicar a teoria a prática, uma vez que esse instrumento serve como um feedback para que o professor possa fazer uma análise dos procedimentos metodológicos utilizados, além de despertar a criatividade e criticidade dos sujeitos envolvidos, professor e aluno. Para os discentes há uma perspectiva de aprender os conteúdos de maneira mais prazerosa, que contribua para despertar sua atenção, criatividade e imaginação (SILVA; SILVA, 2012, p. 132-133).
já cumprem a função de estabelecer contato na comunicação entre professor e aluno, alterando a monotonia das aulas exclusivamente verbais. Esses materiais ainda podem substituir, em grande parte, a simples memorização, contribuindo para o desenvolvimento de operações de análise e síntese, generalização e abstração, a partir de elementos concretos (FREITAS, 2007, p. 24).
A dinâmicas realizadas pela professora Alhandra Lanças contribuíram para que os alunos já estivessem familiarizados com os sinais dos estados e com o universo do Jorginho para um maior proveito da leitura do quarto volume da coleção.
Após a leitura foi realizada na aula uma roda de conversa onde os alunos ouvintes fizeram perguntas direcionadas aos surdos convidados. Neste momento puderam aprender mais sobre a cultura surda, identidade surda e sobre o cotidiano dos surdos presentes. O trabalho em sala de aula foi avaliado pela equipe bilíngue da escola como algo positivo pois incentivou a empatia dos alunos e despertou o interesse em aprender uma língua oficializada em 2002, por meio da lei no 10.436 que a reconheceu como a língua oficial da comunidade surda bem como o decreto federal n 5.626/2005 que regulamentou essa lei.
Como encerramento do ciclo de atividades envolvendo o quarto volume da coleção Jorginho Pelo Brasil os alunos realizaram um caderno de atividades. Uma das atividades proposta pelo caderno era de que os alunos traduzissem o gibi “Faminto”, que faz parte da coleção Histórias do Brel, para o português.
Além das atividades que envolveram a tradução como tema os alunos realizaram atividades onde puderam trabalhar a criatividade ao criarem tirinhas.
Sem dúvidas, o Jorginho amou conhecer cada aluno e poder fazer parte desses momentos tão incríveis onde a cultura surda ganhou o espaço das salas de aula. 🤟🏽
Em setembro de 2023 os alunos surdos de 20 escolas de Vila Velha participaram de uma aula de Skate com o professor Junior. Aproveitamos a oportunidade do passeio na Ponta da Fruta para trazê-lo para dentro da disciplina de português da professora Elizabeth Tostes na UMEF Professora Nice de Paula Agostini Sobrinho.
O Mundobrel desenvolveu um material bilíngue que foi aplicado em todos os alunos surdos da UMEF Professora Nice de Paula Agostini Sobrinho e disponibilizado para as demais escolas envolvidas. Nesse material os alunos puderam ter os comandos das atividades representados pelo Brel em sua língua materna, Libras. O Brel é um personagem ilustrado que dialoga em Libras com os alunos.
Mais do que se trabalhar o ensino da gramática o material didático “Passeio” se propôs a tornar o português escrito algo mais próximo do cotidiano dos alunos surdos. Sobre a importância da usabilidade da L2, Possenti (1996, p. 54) diz que:
Em outras palavras, se ficar claro que conhecer uma língua é uma coisa e conhecer sua gramática é outra. Que saber uma língua é uma coisa e saber analisá-la é outra. Que saber usar suas regras é uma coisa e saber explicitamente quais são as regras é outra. Que se pode falar e escrever numa língua sem saber nada “sobre” ela, por um lado, e que, por outro lado, é perfeitamente possível saber muito “sobre” uma língua sem saber dizer uma frase nessa língua em situações reais.
Para isso, dentro do caderno de atividades os alunos criaram legendas para fotos onde eles eram os protagonistas. O intuito foi mostrar para eles que o português está inserido em diferentes contextos da vida, inclusive no contexto social. Por meio da atividade “Passeio” a professora Elizabeth Tostes trabalhou em sua aula a importância de se escrever dentro da gramática normativa para que se tenha clareza na mensagem que queremos transmitir.
Foi percebido durante a aplicação do material que os alunos se sentiram incentivados a escrever em sua L2. A atividade contextualizada trouxe a experiência de vida dos alunos para dentro da sala de aula tornando o ensino mais familiar. O envolvimento entre os pares linguísticos tornou o trabalho ainda mais proveitoso. Foi perceptível o quanto o material bilíngue contribuiu para a aprendizagem dos alunos.
O material didático “Super” foi desenvolvido pelo Mundobrel com o objetivo de estimular o aluno a produção de uma história, o aprendizado da L2 a partir da sua L1, a escrita dessa história em sua L2 e o registro bilíngue (texto e vídeo) da literatura produzida em sala de aula.
O material se trata de uma história guiada onde os alunos escolhem cenários propostos pelo autor onde como resultado final os alunos se tornam coautores de uma história sobre “super-heróis”.
O material didático mescla o mundo lúdico da literatura com os comandos de atividades que o aluno já tem como de costume na sala de aula. O material começa apresentando o personagem Jorginho com seu nome no português, seu nome visual como também suas características. O Jorginho é apresentado como um personagem que ama a leitura e por meio dela viaja para histórias utilizando sua imaginação. O personagem convida o aluno a entrar em seu mundo, o Mundobrel.
Nesta história Jorginho está no seu quarto em um horário de lazer. Neste momento da atividade o aluno pode criar um super-herói ou se utilizar de um personagem já criado por outro autor anteriormente. Deve escolher um nome para esse personagem, uma idade e um super poder (intitulado no material como habilidade para que a palavra no português chegasse mais perto da ilustração em Libras do material).
Vai tudo muito bem até que um perigo surge na história e os alunos devem propor uma solução…
Agora você pode conferir os vídeos que são frutos do trabalho realizado na disciplina de português na Umef Professora Nice de Paula Agostini Sobrinho. Os alunos Sávio Felipe e Daniel Pereira apresentam para vocês suas histórias.
Participantes do projeto: Eliete Angela Inocente Bertolo, Elizabeth Souza Tostes e Gabriel Medeiros de Queiroz.
Tive a oportunidade de participar no Palácio Anchieta (ES) nessa segunda (12) da cerimônia de posse dos novos membros do Conselho Estadual de Cultura (CEC), eleitos para o biênio 2023/2025. Também aconteceu o lançamento coletivo dos livros contemplados pelos editais de literatura da Secult. Muito feliz em poder falar no evento sobre o quão valiosas são nossas políticas culturais e sobre a importância de voltarmos o nosso olhar afetuoso para a comunidade surda capixaba.
Fotos: Tayson Felix/Secult e Lara Espíndola/@biblioteca.es
Hoje a convite da Kézia França participei da I Oficina de Literatura em Libras @neapiecarapina 🤟 realizada na Superintendência Regional de Carapina em dois turnos! Oportunidade maravilhosa para dividirmos conhecimento sobre literatura inclusiva com professores DA e professores surdos!
Na oficina pudemos conhecer algumas atividades para sala de aula desenvolvidas pela professora surda Amanda Freitas e também os meus novos livros.
Muito em breve dividirei com vocês os livros da coleção Jorginho Pelo Brasil por aqui.
Além de apresentar os novos livros na oficina, falei sobre o processo criativo por trás do material. Como escrevi e publiquei os livro… Também falei da minha parceria com a excelente tradutora e professora bilíngue Wanessa Raylla.
Dividi com meus amigos professores que foram na oficina estratégias para a realização de dinâmicas em sala de aula. Jogos envolvendo os personagens e o tema dos livros. Todos esses materiais estarão disponíveis para a compra aqui no site em breve. 🤟
Muito obrigado pelo acolhimento! Amei conhecer todos os que foram 🤟 momentos que levarei para sempre no meu coração! 📚🖋️🤟
Oi, pessoal! Gabriel aqui. 👋🏼 Pela primeira vez entrei ao vivo na tv! 🤯 @natvicente_ me entrevistou na @tveespiritosanto para falarmos do meu livro “O JARDIM DA HELENA – ANIMAIS VOL 1” que foi possibilitado por meio do edital 021/2020 de literatura e incentivo a leitura da @secult.es (Funcultura). Deu frio na barriga! Mas fui tão bem tratado que me senti em casa. 🤟❤️ Muito feliz em poder de alguma forma trazer mais visibilidade para a comunidade surda e falar sobre a importância da acessibilidade.
Você pode assistir o programa na íntegra aqui neste link. 👈🏼
Se você tem interesse em divulgar o projeto ou colocar os livros na sua sala de aula… Entre em contato pelo mundobrel@gmail.com